sexta-feira, 18 de março de 2016

A metrópole do café.

 A Metrópole do café

     No início da segunda metade do século XIX, a cidade de São Paulo ocupava uma área os tempos colo­niais. Assim, até 1870 a colina histórica, entre o Tamanduateí e o Anhangabaú era o centro da cidade.
     A ampliação dessa área ocorre com o loteamento das chácaras encontradas aos arredores, claro que sem a elaboração de um planejamento urbano.  É ainda complicado saber como a cidade se expandiu além do Anhangabaú.
     Na planta de 1810 de Rufino José Felizardo e Costa, de 1810, nota-se um núcleo à margem esquerda do córrego, em direção do hoje bairro de Santa Ifigênia.
     Entre 1870-80 a Chácara do Chá já estava arruada até as proximidades do atual Largo do Arouche; é o que se entende pela planta de Jules Martin, de 1877, na que aparece o bairro atual de Santa Ifigênia, com ruas ainda existentes com o mesmo nome até hoje: Aurora, Vitória, Triunfo (alusivas á findar da guerra do Paraguai), outras tiveram os nomes alterados. Viajantes a descrevem como a "Cidade Nova".
     Várias eram as chácaras loteadas a partir de 1880 para a ampliação da área urbana: em direção NORTE, as do Bom Retiro, do Miguel Carlos e do Campo Redondo; OESTE, as do Marechal Arouche, do Senador Queirós, de Martinho Prado e a do Bexiga; SUL, as do Barão de Limeira, de Dona Ana Machado, do Fagundes, do Cônego Fidelis, da Glória, do Menezes e a do Lavapés; LESTE, as do Ferrão e da Figueira.  Além desses dessas citadas e mais afastadas, havia extensos sítios: Tapa-nhoim, Caaguaçu, Casa Verde, Ipiranga, Freguesia do Ó e, mais afastado: Freguesia da Penha.
     Sem planejamento, São Paulo foi aos poucos crescen­do de forma desordenada, caótica, surgindo novos bairros, integrando-se ao mesmo tempo a nova realidade urbana.
     Podemos citar: Chácara das Palmeiras, que ainda em 1872 tinha casa-grande, senza­las, armazéns, cocheiras, plantações de chá e extensos, hoje o bairro de Santa Cecília e as atuais ruas Martim Francisco, Imaculada Conceição, Barão de Tatuí, São Vicente de Paulo, Alameda Barros e parte da Avenida Angélica, referência a antiga proprietária da chácara, Dona Angélica de Souza Queiroz Barros.
     A antiga Chácara do Campo Redondo passou a ser o bairro dos Campos Elísios.
      A chácara do Marechal Arouche, que projetava a partir a partir da Rua Alegre (atual Sebastião Pereira) até o Beco do Mata Fome (atual rua Araújo), loteada em 1894,  atual vila buarque. Chácara de Luiz Antônio de Souza Barros tam­bém loteada, nela são abertas as ruas de S. João, o Largo do Paissandu, a Rua do Seminário e a Praça do Correio.
     A do Brigadeiro Tobias correspondia ao trecho onde hoje encontramos o Largo de Santa Ifigênia, a Avenida Cásper Libero e a rua que conserva o nome do seu antigo proprietário.
     A Chácara do Carvalho forma partes dos bairros Barra funda e Bom Retiro. A do Conselheiro Antônio Prado compreende as atuais Praças Marechal Deodoro, Alameda Eduardo Prado e Ruas Brigadeiro Galvão, Vitorino Carmilo e Barra Funda.
     Na chácara de Dona Ana Machado abri­ram-se as ruas Sinimbu, Santa Luzia, Tomás de Lima e Conselheiro Furtado. Das chácaras do Fagundes e do Cônego Fidelis o bairro da Liberdade.

     Na antiga chácara do Barão de Limeira abriu-se a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, a fim de encurtar o ca­minho para Santo Amaro. Os campos do Bexiga transformaram-se no bairro  da Bela Vista.  Nas chácaras Paim e Pamplona e o sítio do Caaguaçu a Avenida Paulista. 

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