A Metrópole do café
No início da segunda metade do século XIX, a cidade de São Paulo ocupava
uma área os tempos coloniais. Assim, até 1870 a colina
histórica, entre o Tamanduateí e o Anhangabaú era o centro da cidade.
A ampliação dessa área ocorre
com o loteamento das chácaras encontradas aos arredores, claro que sem a
elaboração de um planejamento urbano. É
ainda complicado saber como a cidade se expandiu além do Anhangabaú.
Na planta de 1810 de Rufino
José Felizardo e Costa, de 1810, nota-se um núcleo à margem
esquerda do córrego, em direção do hoje bairro de
Santa Ifigênia.
Entre 1870-80 a Chácara do Chá já estava arruada até as proximidades do atual Largo do Arouche; é o que se
entende pela planta de Jules Martin, de
1877, na que aparece o bairro atual de Santa Ifigênia, com ruas ainda existentes com o mesmo nome até hoje: Aurora, Vitória,
Triunfo (alusivas á findar da guerra do Paraguai), outras tiveram
os nomes alterados. Viajantes a descrevem como a "Cidade Nova".
Várias eram as chácaras loteadas a partir de 1880 para a ampliação
da área urbana: em direção NORTE, as do Bom Retiro, do Miguel
Carlos e do Campo Redondo; OESTE, as do Marechal Arouche, do
Senador Queirós, de Martinho Prado e a do Bexiga; SUL, as do Barão
de Limeira, de Dona Ana Machado, do Fagundes, do Cônego
Fidelis, da Glória, do Menezes e a do Lavapés; LESTE, as do Ferrão e da
Figueira. Além desses dessas citadas e
mais afastadas, havia extensos sítios:
Tapa-nhoim, Caaguaçu, Casa Verde, Ipiranga,
Freguesia do Ó e, mais afastado: Freguesia da Penha.
Sem planejamento, São Paulo foi aos poucos crescendo de forma
desordenada, caótica, surgindo novos bairros, integrando-se ao mesmo tempo a
nova realidade urbana.
Podemos citar: Chácara das Palmeiras, que ainda em 1872 tinha casa-grande, senzalas, armazéns, cocheiras, plantações de chá e extensos, hoje o bairro de
Santa Cecília e as atuais ruas Martim Francisco, Imaculada Conceição, Barão de Tatuí, São Vicente de Paulo, Alameda Barros e parte da Avenida Angélica, referência a antiga proprietária da
chácara, Dona Angélica de Souza Queiroz Barros.
A antiga Chácara do Campo Redondo passou a ser o bairro dos Campos Elísios.
A chácara do
Marechal Arouche, que projetava a partir a partir da Rua Alegre (atual Sebastião Pereira) até o Beco do Mata Fome (atual rua Araújo), loteada em 1894, atual vila buarque. Chácara de
Luiz Antônio de Souza Barros também loteada,
nela são abertas as ruas de S. João, o Largo do Paissandu, a Rua do Seminário e a Praça do Correio.
A do Brigadeiro Tobias correspondia ao trecho onde hoje encontramos o Largo
de Santa Ifigênia,
a Avenida Cásper Libero e a rua que conserva o nome do seu antigo proprietário.
A Chácara do Carvalho forma partes dos
bairros Barra funda e Bom Retiro. A
do Conselheiro Antônio Prado compreende as atuais Praças Marechal Deodoro,
Alameda Eduardo Prado e Ruas Brigadeiro Galvão, Vitorino Carmilo e Barra Funda.
Na chácara de Dona Ana Machado abriram-se
as ruas Sinimbu, Santa Luzia, Tomás de Lima e Conselheiro Furtado. Das chácaras
do Fagundes e do Cônego Fidelis o bairro da Liberdade.
Na antiga
chácara do Barão de Limeira
abriu-se a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, a fim de encurtar o caminho para
Santo Amaro. Os campos
do Bexiga transformaram-se no bairro da
Bela Vista. Nas chácaras Paim e Pamplona
e o sítio do Caaguaçu a Avenida Paulista.
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