O
trabalho em historiografia local, é as vezes um tanto ingrato e
decepcionante...
Ficamos
horas buscando informações sobre pessoas e fatos, e raramente encontramos algo,
o que é uma busca estafante, sem contar que quando é de uma família, que possa fornecer
informações, as mesmas se negam, e se escondem no nevoeiro de um passado que
possa fornecer informações sobre uma sociedade que não existe mais.... Ou seja,
guardam as informações para si mesmas...
Não
é uma crítica pessoal e sim a dificuldade que todos os historiadores vivenciam
em suas buscas, para tentar compreender o passado.
Atento
as tecnologias atuais, que se renovam constantemente, achei em uma página do
Facebook, uma foto interessante, um
pequeno garoto, nos idos da década de trinta, não sei exatamente quem é, mas em segundos reconheci a figura em
segundo plano: duas pilastras em tijolos,
velha conhecida minha, que ficavam defronte a atual Rua Antonio Agù. Era a entrada ou saída do “jardim da
horticultura”, conforme consta em um mapa desenhado por Júlio Saltini, em 1899. As mesmas pilastras também aparecem na Rua
Dona Primitiva Vianco, em foto da década de 40.
Em historiografia, existe sempre um tema
central e os transversais, é impossível pesquisar tudo, mas sempre surgem
informações que contribuem de alguma forma, ainda que não seja o tema central.
ex: Informações obtidas em documentos notariais.
Em 09/05/1900 os irmãos Giacomo e João
Smeriglio adquirem de Antonio Agù dois lotes de terra.
O 1° lote: com frente para a R. Henrique
Dell’ Áqcua (atual R. Antonio Agù), com 6 m de frente, de um lado Com Evaristhe
Sensaud de Lavaud com 42 m a direita, e com Cesare Mischi, onde mede 39 m.
Fundos também com Sensaud de Lavaud.
Neste local havia uma pequena casa comercial que vendia hortaliças.
Existe um registro fotográfico (refiz em desenho, pois só aparece em parte, o
resto da descrição é do Sr. Walter Ramos), e a entrevista com o Sr. Walter
Ramos, neto de Da. Mariana Q. Fabbri, ele descreve o apelido de Giacomo como
“Jacolim”, idem para o também morador João Vicente que o conheceu pessoalmente. Essa ficava ao lado esquerdo da Vila
Cerqueira
O 2° lote: frente para a mesma rua, com 36
m, lado direito com Ercole Ferrè, com 76 m, segue fazendo um ângulo agudo e
segue com 19 m, novo ângulo até a r. Da.
Primitiva Vianco com 54 m. Confronta-se
de uma lado com: Alesio José (vendido
depois á Domingos Spada), viúva Mariana
Q. Fabbri, Miguel Toschino, José
Barbieri e do outro lado com Sensaud de Lavaud onde mede 54 m e ai faz um
ângulo onde mede 54 m, fazendo um ângulo agudo com ? m, daí faz outro ângulo e segue por 49 m.,
até encontrar a R. Primitiva Vianco, onde faz frente com 49 m. Este era
conhecido como o “jardim da horticultura”, segundo mapa de 1899.
Neste terreno é previsto a abertura de uma
rua, que não acabou ocorrendo.
Na cópia do mapa que reproduzi não aparece
a localização da moradia familiar, mas em mapas posteriores, aparece ao lado do
terreno de Sensaud de Lavaud. Mas é
possível que a construção tenha mudado de localização...
José Luiz Alves de Olveira
Bacharel
em História pela UNIFIEO
Osasco,17
de abril de 2015.
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