A responsabilidade pelo Patrimônio Cultural.
A palavra cultura pode ser definida por Ferreira (2004) como sendo o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas, intelectuais, etc, transmitidos coletivamente e típicos de uma sociedade.
Cultura é toda produção ou manifestação voluntária, individual ou coletiva, que vise com sua comunicação à ampliação do conhecimento (racional e /ou sensível) através de uma elaboração artística, de um pensamento ou de uma pesquisa científica (FEIJÓ, 1983).
A responsabilidade pelo Patrimônio cultural é de todos nós, seja na comunidade, na cidade, na região ou na nação e devemos cuidar para que ela seja preservada como uma herança para futuras gerações. No que tange ao patrimônio cultural, muitas vezes é relegado a um segundo plano em sua conservação, seja por desleixo, falta de conhecimento, de interesse ou de aporte financeiro pelos que ocupam cargos no poder público.
Esta conservação ocorre na maioria das vezes por pressão de uma comunidade que sabe do valor e da representatividade deste patrimônio, conseguindo que se realizem obras ou intervenções para sua preservação, quase sempre bancadas financeiramente pela iniciativa privada que, por sua vez, obtém incentivos fiscais, e a vinculação da sua imagem junto à comunidade pela divulgação nos diferentes meios de comunicação.
A questão do patrimônio cultural (histórico, artístico, arquitetônico e ambiental) deve ser levada a sério em todas as esferas (municipal, estadual e federal), e o cidadão deve se conscientizar de que o patrimônio tem de ser integrado no dia a dia de todos, com as demandas e necessidades de uma cidade, não como uma lembrança isolada de um tempo passado, mas sim fazendo parte ativamente da vida coletiva.
Todo os assuntos de interesse de uma cidade devem ser discutidos pela comunidade e pelos seus representantes das administrações públicas, pois juntos podem compartilhar decisões que levam a aprimorar um planejamento urbano e valorizar o seu patrimônio cultural.
Neste processo de proteção do patrimônio cultural devem ser consideradas tendências, forças e oportunidades, franquezas e ameaças e propor condições que fortaleçam os pontos positivos e que os negativos sejam amenizados ou solucionados.
As considerações devem priorizar projetos concretos e realistas, que levem em consideração questões técnicas, institucionais, financeiras, soluções duradouras e abrangentes, e incorporar às ações de preservação atividades relacionadas à educação patrimonial.
“Carregados de uma mensagem espiritual do passado, as obras monumentais dos povos são, na vida presente, o testemunho vivo de suas tradições seculares.
A humanidade, que cada dia toma consciência da unidade dos valores humanos, considera as obras monumentais como um patrimônio comum, e se reconhece solidariamente responsável por sua salvaguarda frente às futuras gerações, às quais ela deve transmiti-lo com toda a riqueza de sua autenticidade” (CARTA de Veneza, 1964).
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